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Solitário Capixaba Diamante


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Vai solitário capixaba diamante

Sem pestanejar

Talvez o mundo se revele pra você

Enquanto se ancora em desejos desvelados

Vai destemido e talvez se reencontre

Vai perdido entre as manivelas

Muita dor espreita à noite enquanto dorme

Muito sono espreita à noite enquanto espera

Vai em busca de uma dor que nunca sente

Insensível e modesto, às vezes sempre

Vai em busca de uma caixa jamais vista

Sente dor e finge que o sono te consome

Deixa quieto

Rosta

Grita

E pede a Deus

Nunca visto, procurado ou chamado

Resta em ti uma prece de criança

Coisas vivem

Coisas morrem

Coisas fogem

Mas a mão cruzada implora uma mudança

Que o travesseiro te acorde em outras noites

Que teus gritos silenciosos sejam gratos

Carrega, corre e briga manso

Em cegueira

Grava e mostra

Tem um plano, uma tetra e poucas horas

Quem conhece?

Se não aparece e nunca some

Quem conhece?

Se nem ele mesmo expressa

Que conhece?

Se seus olhos espelham o horizonte

Ao seu lado, poucas horas ao tempo resta

Vai sofrido, vai calado e vai com fome

Lapidado, discordando e sempre atento

Vai sorrindo, perdido e distante

Com suas palavras

Em ombros velhos

Emudecido

Misericórdia

Vai embora pela estrada camaleão

Muda tudo e chora logo

Vê se some

Pede ao mundo, troca as músicas e pula as linhas

Seus segredos, sãos e salvos, enterrados

Te acordam, não te esperam e te predizem

Vai correndo

Vai calado

E solitário

Já se sabe

Capixaba diamante.


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