Solitário Capixaba Diamante
- Loris Reggiani

- 6 de jun. de 2020
- 1 min de leitura

Vai solitário capixaba diamante
Sem pestanejar
Talvez o mundo se revele pra você
Enquanto se ancora em desejos desvelados
Vai destemido e talvez se reencontre
Vai perdido entre as manivelas
Muita dor espreita à noite enquanto dorme
Muito sono espreita à noite enquanto espera
Vai em busca de uma dor que nunca sente
Insensível e modesto, às vezes sempre
Vai em busca de uma caixa jamais vista
Sente dor e finge que o sono te consome
Deixa quieto
Rosta
Grita
E pede a Deus
Nunca visto, procurado ou chamado
Resta em ti uma prece de criança
Coisas vivem
Coisas morrem
Coisas fogem
Mas a mão cruzada implora uma mudança
Que o travesseiro te acorde em outras noites
Que teus gritos silenciosos sejam gratos
Carrega, corre e briga manso
Em cegueira
Grava e mostra
Tem um plano, uma tetra e poucas horas
Quem conhece?
Se não aparece e nunca some
Quem conhece?
Se nem ele mesmo expressa
Que conhece?
Se seus olhos espelham o horizonte
Ao seu lado, poucas horas ao tempo resta
Vai sofrido, vai calado e vai com fome
Lapidado, discordando e sempre atento
Vai sorrindo, perdido e distante
Com suas palavras
Em ombros velhos
Emudecido
Misericórdia
Vai embora pela estrada camaleão
Muda tudo e chora logo
Vê se some
Pede ao mundo, troca as músicas e pula as linhas
Seus segredos, sãos e salvos, enterrados
Te acordam, não te esperam e te predizem
Vai correndo
Vai calado
E solitário
Já se sabe
Capixaba diamante.











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